segunda-feira, setembro 6

Basically...

E então a comodidade chegou... a comodidade de se ter e ser o que é tão fácil para tantos e que sempre foi tão difícil para mim. Não sei se de repente eu percebi que complicar demais não me levaria a lugar algum... ou se de repente o complicado simplesmente se descomplicou. Nada se tornou mais fácil... apenas mais vivível, mais respirável, menos sufocante... e, ao mesmo tempo, mais doído. Dói pensar que eu não sei mais abrir mão de certas coisas das quais eu nunca imaginei e nem admiti ser tão dependente. E me angustia não saber se isso é sentimento, vício ou uma mistura dos dois. A inquietação surge muitas e muitas vezes... e se vai embora tão rápido que até eu mesma me assusto. Eu sei o que me desespera... e disso eu sei que não posso fugir.

sábado, maio 30

segunda-feira, abril 27

maybe tomorrow


"I've been down and I'm wondering why
These little black clouds keep walking around with me, with me
Waste time and I'd rather be high
Think I'll walk me outside and buy a rainbow smile but be free, they're all free
So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home

I look around at a beautifiul life
I've been the upper side of down
been the inside of out but we breathe, we breathe

I wanna a breeze in an open mind
I wanna swim in the ocean
wanna take my time for me, all me

So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home

So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home"

sexta-feira, março 13

Unbelievable


Eu me considerava uma pessoa acostumada ás bizarrices do mundo. Sou daquelas que não se impressiona com pouca coisa. Nem se surpreende. Apesar de achar a falta de noção de algumas pessoas uma doença a ser tratada, poucas vezes fiquei realmente abismada com momentos no sense presenciados. Então, um dia eu caminho calmamente até minha casa e passo por um sujeito que fica me encarando e me encarando... apresso o passo, o sujeito dá meia volta. Entro em casa apressadamente, tranco o portão mais rapidamente ainda... olho para trás... e eis que está o sujeito parado na frente da minha casa, braguilha aberta, segurando e balançando aquilo que eu cortaria com uma serra elétrica sem dó nem piedade só pelo desaforo. Depois de se comprazer com o momento e minha expressão de espanto, a criatura se retira como uma flecha. Então, a minha raiva é tanta que me assusta. Se eu realmente tivesse forças, eu cortaria fora. Penectomia com facão de preferência bem enferrujado e contaminado. Daí eu penso: joinha, o cretino precisa disso pra se sentir mais macho, sei lá... e jogo essa situação na pilha de momentos inacreditáveis da minha vida. Então, outro dia, estou eu no ônibus e um outro sujeito, extremamente atrapalhado, consegue a proeza de enfiar o dedo no meu olho num momento desequilíbrio total e arrancar minha lente de contato fora. Para os que não usam lente de contato, saliento que arrancar uma não é tão fácil assim... se fosse, até com um espirro ela sairia. Bem, após a dor passar e eu perceber que só enxergava bem de um olho, meu queixo foi parar nos meus pés. E ali estava eu, caolha, sem saber se ria ou chorava da situação. Bem, acabei rindo, e muito, ainda sem acreditar. Então, outro dia, uma "sujeita" pára na minha frente enquanto eu como uma barra de cereal e fica me encarando. Ok, eu conheço a tal "sujeita", mas eu não acho normal uma pessoa chegar do nada, parar na frente de alguém e ficar olhando esse alguém mastigar. Eu fiz a egípcia total, mas de vez em quando olhava pra pessoa e ali estava ela, me encarando. Sem noção. Sem bom senso. Sem respeito, eu diria. Eu obviamente faço coisas sem noção também. Tenho lembranças bem nítidas e arrependidas de algumas delas... mas nada que agrida fisica ou psicologicamente alguém. Minha falta de noção é provida de um certo bom senso. Pelo menos eu considero que eu sou esclarecida o bastante pra saber o que pode ou não ser feito. Acho que isso faz com que eu não consiga acreditar na falta de noção de certas pessoas, mas também não consigo acreditar que elas ajam de propósito... sei lá, não sei me fazer explicar em relação a isso. Só queria deixar registrado aqui o meu espanto recém descoberto (ou redescoberto?) pela pura falta de noção e de bom senso de algumas pessoas. Nem meus cachorros e meu francisquinho conseguem ser tão sem noção quanto algumas criaturas que habitam esse mundinho. Credo.

quarta-feira, janeiro 7

G & C

Sorriu, tragou, soltou fumaça em meus cabelos. Enruguei a testa e ensaiei um gesto para mostrar que não estava gostando, mas ele sorriu de novo, tragou e soltou fumaça em meu rosto. Eu abanei o ar, abracei minhas pernas e apoei a cabeça nos joelhos, fitando qualquer coisa que não fosse ele. Ele deu uma meia risada, sentou do meu lado e apoiou a mão com o cigarro em meus joelhos. Fez meus tênis de cinzeiro, tragou mais algumas vezes, apagou o cigarro e passou os braços em volta de mim. Continuei fitando o horizonte, prendendo a respiração, me recusando a gostar daquele cheiro. Ele começou a alisar de leve minhas costas, cantarolando algo indecifrável com aquela voz que me arranhava. Fiquei imóvel, olhando as cinzas nos meus tênis, suas pernas ao lado das minhas.
"E então, algum dia você vai me dizer seu nome?"
"Só se você me fizer esquecer o seu."
Ele riu, coçou o queixo, enfiou os dedos entre mechas do meu cabelo, puxou de leve minha cabeça até que enfim eu o encarasse.
"E até quando faremos isso? Não sei o que farei no dia em que você não aparecer."
"Você continuará vindo aqui. O silêncio ainda vai estar aqui... e tudo o que ele traz também."
"Não será o mesmo. Você me anestesia."
Sustentei o olhar dele por mais alguns segundos. Ele sorriu de novo, indecifrável, respirando e perscrutando cada linha do meu rosto. Fiz o mesmo. Então ele soltou meu cabelo devagar, levantou, acendeu mais um cigarro, deu alguns passos e parou em pé longe de mim, uma mão no bolso, fora de meu alcance.
"Eu queria que você não dificultasse as coisas. Somos estranhos um para o outro... e está tudo bem assim."
"Não está tudo bem quando não sei nem o nome da única pessoa com quem tenho vontade de estar em dias como esse... as outras pessoas me parecem enjoadas de tão doces, de tão solícitas... mas você... cada frase é como uma bofetada na cara. Me sinto queimar a cada olhar seu... e é tudo tão gratuito, tão sem motivo... e só me faz querer estar contigo cada vez mais. "
Sentou-se bem a minha frente, pernas cruzadas, tragando e tragando sem parar.
"Isso ainda vai lhe fazer muito mal, sabia?"
"Eu sei. Mas não me preocupo com isso realmente. Pelo menos isso nunca tirou o meu sono."
"E o que tira o seu sono?"
"Não saber nada de você."
Passei a mão pelo meu pescoço, suspirei, arranquei um pouco de grama, cheirei-a de leve. Por fim, me coloquei ao lado dele, perto demais, repentinamente desajeita e perturbada pela vontade de chegar mais e mais perto ainda.
"Eu gosto de saber só o que é realmente importante. Nada de nome, sobrenome, idade, árvore genealógica... tudo isso é irrelevante quando eu o olho e sei que sinto algo sem precisar saber o que você estuda ou quão grande é a sua conta bancária. Não acho que você precise saber o mesmo de mim."
"Eu concordo com tudo isso, mas queria você no meu dia a dia. Queria poder dizer: essa é tal e é a ela que eu amo. Eu nem sei quem você é no mundo real, por assim dizer... e talvez seja realmente irrelevante. Eu sei que é, na verdade.... mas não sei se não há um motivo maior pra tudo isso... me instiga que você negue a si mesma."
Fiquei quieta. Ele apagou o cigarro, olhou-me com o canto dos olhos, suspirou, virou-se para mim, suspirou de novo.
"Eu a aborreço?"
Sorri de leve.
"Não."
"Que pena."
Riu alto, eu ri junto. Colocou as mãos nos meus ombros, no meu pescoço, parou em minhas orelhas, brincando distraidamente com elas.
"Não é hoje que saberei pelo menos seu nome, então?"
"Eu posso inventar um, se você quiser, mas não queria ter que fazer isso."
"Pois não faça".
Apertou os olhos, mordeu os lábios, revirou os bolsos procurando o maço.
"Está no bolso de dentro do casaco... e eu preciso ir embora."
"Eu sei. E eu não posso ir junto."
"Não."
Chutou uma pedra, chutou outra, arremessou a próxima.
"E eu, eu o aborreço?"
"Sim."
"Porque eu não faço romance?"
"Exatamente."
"Eu tenho meus motivos."
"Mas não a impedem de se machucar."
"Não, mas me impedem de saber coisas irrelevantes sobre você que aumentariam as lembranças, os nós na garganta..."
"Por que você acha que tudo acaba?"
"Porque acaba. Simples, doloroso e cruel assim."
Lançou-me um olhar duro que logo se abrandou. Nunca tinha me olhado assim antes. Pela primeira vez, senti um certo desatino e medo. Chegou perto demais, tragou, soltou a fumaça no meu rosto e não sorriu. Entrelaçou uma de minhas mãos, balançou-a no ar, me puxou para mais perto, colocou os lábios nos meus.
"Bem... talvez acabe mesmo."
E acabou. Ele não mais apareceu e eu continuo vindo aqui. O silêncio é o mesmo, mas ele não traz nada consigo. Não chorei nem lamentei; não faço romance. Machucou, mas as lembranças pertencem a um lugar único, aqui. E todo dia, sorrio, trago e solto fumaça no ar... sinto-me aborrecida... trago, solto fumaça no ar, não sorrio e vou embora pensando "Porque acabou. Simples, doloroso e cruel assim."

quinta-feira, dezembro 18

"tic - tac, time goes by...

hits me so suddenly/How you knock me off my feet/I'm the Queen of Apologys/Now I'm fighting this feeling /but it never stops, never stops/I'm still waiting/And I'm stuck with this feeling/will it ever stop, ever stop?/I keep trying/I blame no one, but myself/so honestly, is this how it's gonna be?/Tell me, who's the enemy?"


"Quem acredita sempre alcança."
"Querer é poder."
"Dinheiro não traz felicidade."

Eu não acredito em nada disso, em nenhum desses clichês. Quem acredita nem sempre alcança, essa é a verdade. Essa coisa de respirar determinação, correr atrás do que se quer e triunfar raramente funciona. Ganhamos de presente as juntas doloridas e dificuldade pra respirar, isso sim. É óbvio que há os que vencem... mas certas barreiras simplesmente não podem ser derrubadas. Alguns obstáculos são invencíveis, mesmo para os mais esperançosos e determinados. Daí chego fatalmente à conclusão de que querer não é poder. Se todos pudessem tudo o que querem... bem, o mundo não seria tal como é. O prêmio de querer demais e não poder é uma frustração dolorida. E não estou falando de um não poder banal, do tipo: "Mamãe me proibiu de fazer tal coisa". Falo de não poder porque não há meios de se poder. É como querer comer uma barra de chocolate e não poder porque se é diabético. Há saídas para isso, obviamente, como comer uma barra dietética, mas nunca é a mesma coisa. Substituir um querer completo por um quase poder nunca vai dar tanto prazer quanto um poder completo. E, mais uma vez, não estou falando do proibido... acho que talvez esteja falando do impossível. É, acho que estou escrevendo sobre isso mesmo. É. Daí vem eu não acreditar em "dinheiro não traz felicidade". Dependendo do que leva à felicidade, eu diria que ela é até comprável. Talvez dinheiro não acabe com todas as limitações, mas ele pode dar patins a quem tá correndo a pé. (ai, que horrível). E que ele não compra amor, bem, eu concordo. Mas o amor não compõe todas as peças do quebra-cabeça felicidade, não é?

Bem, eu poderia entrar agora no tema "o tempo passa rápido x quereres não plenos e pouco definidos e um tanto impossíveis", mas a verdade é que estou empolgada demais com um certo seriado e preciso desesperadamente vê-lo. Tenho aprendido muitos palavrões em inglês com ele, não que isso me vá ser de grande serventia. E o indefinível também me desgasta. Ultimamente tudo tem sido um grande e rançoso talvez e isso me irrita tanto que me dá alergia.

É, é.
Apenas queria escrever algo. Estava muito tempo sem postar nada aqui. Tenho escritos inacabados... cheios de talvez.

"Fugit irreparabile tempus". Nice, Shane!

segunda-feira, agosto 18

Apenas um parêntese mal empregado.

It takes more than a heartbeat to get me. Ok?



Atenção capturada por um livro.
Stella. Antha. Deirdre. Rowan.
Quase um vício.